Composição corporal, função pulmonar e força muscular respiratória em pessoas com Síndrome de Down
Resumo
Objetivo: investigar se há correlação nas variáveis da composição corporal com a função pulmonar e com a força muscular respiratória em pessoas com Síndrome de Down. Método: Analítico transversal, com 26 pessoas com Síndrome de Down, sendo 14 do sexo feminino e 12 do masculino. Foi realizada a espirometria para a obtenção do Volume Expirado Forçado no primeiro segundo (VEF1), Capacidade Vital Forçada (CVF) e Pico de Fluxo Expiratório (PFE); a manovacuometria para a mensuração da Pressão Inspiratória máxima (PImáx) e Pressão Expiratória máxima (PEmáx) e para a avaliação do percentual de gordura corporal (%GC) por meio da Dual Energy X-Ray Absormetry (DXA). Foi aplicado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk, considerando p<0,05 e o teste paramétrico por meio do coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: Correlação negativa (%GC-VEF1), sem diferença significativa para os homens (p<0,5244), com diferença altamente significativa para mulheres (p<0,0045); % GC-CVF correlação negativa com diferença significativa (p<0,0137) para mulheres, sem diferença significativa para homens (p<0,4910); PFE correlação negativa, sem diferença significativa nas mulheres (p<0,3165) e nos homens (p<0,7165); %GC-PImáx correlação negativa para mulheres sem diferença significativa (p<0,7871) e correlação positiva para os homens sem diferença significativa (p<0,8307); %GC-PEmáx correlação negativa sem diferença significativa nas mulheres (p<0,9070) e nos homens (p<0,11369). Conclusão: Pessoas com Síndrome de Down apresentam %GC mais elevado frente aos valores de referência para a população brasileira sem a Síndrome de Down.
Referências
ATS Committee on Proficiency Standards for Clinical Pulmonary Function Laboratories. (2002). ATS statement: guidelines for the six-minute walk test. Am J Respir Crit Care Med, 166, 111–117. https://doi.org/10.1164/ajrccm.166.1.at1102
Azeredo, C.A.C. (2000). Fisioterapia Respiratória no Hospital Geral. Editora Manole.
Barros, J., Cavalcante, O., e Oliveira, J. (2000). Deficiência mental e atividade cardiorrespiratória. Lecturas: Educación Física e Deportes, 5(25), https://www.efdeportes.com/efd23/defic.htm
Benevides, C.B.L., Cardoso, L.C.B., Rodrigues, T.F.C. da S., Scardoelli, M.G. da C., Charlo, P.B., e Radovanich, C.A.T. (2020). Vivência de mães com filhos diagnosticados com síndrome de Down. Revista Nursing, 23(263), 3745-3450. http://www.revistanursing.com.br/revistas/263/pg88.pdf
Bucci I., Napolitano, G., Giuliani C., Lio, S., Minnucci, A., Di Giacomo, F., Calabres, G., Sabatino, G., e Palka, G. (1999). Zinc sulfate supplementation improves thyroid function in hypozincemic Down children. Biol Trace Elem Res., 67(3), 257-268. https://doi.org/10.1007/BF02784425
Coussa, M., Proietti, S., Spahn, D.R., e Magnusson, L. (2004). Prevention of atelectasis formation during the induction of general anesthesia in morbidly obese patients. Anesth Analg., 98(5), 1491-1495. https://doi.org/10.1213/01.ane.0000111743.61132.99
Domenèch-Clar, R., López Andreu, JA, Compte-Torrero, L., De Diego-Damiá, A., Macián-Gisbert, V., Perpiñá-Tordera, M., e Roqués-Serradilla, JM (2003). Maximal static respiratory pressures in children and adolescents. Pediatr Pulmonal, 35, 126-132. https://doi.org/10.1002/ppul.10217
Enzi, G., Baggio B., e Vianello A. (1990). Respiratory disturbances in visceral obesity. Int J Obesity, 14, 26.
Fernhall, B., Milla, A.L., Tymeson, G.T., e Burkett, L.N. (1990). Maximal exercise testing of mentally retarded adolescents and adults: reliability study. Arch Phys Med Rehabil, 71(13), 1065-1068. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/2256807/
Frownfelter, A., e Dean, E. (2004). Fisioterapia Cardiopulmonar: Princípios e Prática (2ª edição). Editora Manole.
Gaudenzi, P., e Ortega, F. (2016). Problematizando o conceito de deficiência a partir das noções de autonomia e normalidade. Ciência & Saúde Coletiva, 21(10), 3061-3070. http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320152110.16642016
Godoy, J.R.P. (2004). Avaliação da força de preensão palmar e composição corporal em portadores da Síndrome de Down no Distrito Federal. [Dissertação Mestrado em Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília].
Heyward, V. H. (1997). Advanced fitness assessment & exercise prescription (3rd ed.). Human Kinetics.
Jubber, A.S. (2004). Respiratory complication of obesity. J Clin Pract, 58, 573-580. https://doi.org/10.1111/j.1368-5031.2004.00166.x
Kang, S.C., Kang, Y.S., Sohn, H.S., e Park, J.H. (2006). Respiratory muscle strength and cough capacity in patients with Duchenne Muscular Distrophi. Yonsei Medicine Journal, 47(2), 184-190. https://doi.org/10.3349 /ymj.2006.47.2.184
Knudson, R.J., Lebowitz, M.D., Hoberg, C.J. e Burrows. B. (1983). Changes in the normal maximal expiratory flow-volume curve with growth and aging. Am Rev Respir Dis, 127(6),725-34. https://doi.org/10.1164/arrd.1983.127.6.725
Koening, S.M. (2001). Pulmonary complications of obesity. Am J Med Sci, 321, 249-279. https://doi.org/10.1097/00000441-200104000-00006
Laaban, J.P. (1993). Respiratory function in massive obesity. Rev Prat, 43(15), 1911-1917. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8310244/
Lazarus, R., Sparrow, D., e Weiss, S.T. (1997). Effect of obesity and fat distribution on ventilatory function: the normative aging study. Chest., 111(4), 841-844. https://doi.org/10.1378/chest.111.4.891
Levitzki, F. (2004). Fisiologia Pulmonar. Editora Manole.
Livingston, E.H., Huerta, S., e Lee, S. (2002). Male gender is a predictor of mortality for patients undergoing gastric bypass surgery. Ann Surg, 236(5), 576-582. https://doi.org/10.1097/00000658-200211000-00007
Lobenius-Palmér, K., Sjöqvist, B., Hurtig-Wennlöf, A., e Lundqvist, L. (2018). Accelerometer-Assessed Physical Activity and Sedentary Time in Youth With Disabilities. Adapt Phys Activ Q, 35(1), 1-19. https://doi.org/10.1123/apaq.2015-0065
Magee, S.N., O'Neill, K., Shults, J., Stallings, V., e Stettler, N. (2008). Leptin levels among Prepubertal Children with Down Syndrome compared with their siblings. Journal of Pediatrics, 152, 321-326. https://doi.org/10.1016/j.jpeds.2007.08.008
Marques, A., Nahas, M., e Barros, M. (2001). Lifestyle of people with down syndrome, ages 40 and up, in Santa Catarina, Brazil. Medicine & Science ins Sports & Exercise, 33(5), (Suppl. 1), S126. https://doi.org/10.1097 / 00005768-200105001-00715
McGrother, C.W., e Marshall, B. (1990). Recent trends in incidence, morbidity and survival in Down's syndrome. J Ment Defic Res, 34, 49-57. https://doi.org/10.1111/j.1365-2788.1990.tb01514.x
Mercer, V.C., e Lewis, C.L. (2001). Hip Abductor and Knee Extensor muscle strength of children with and without Down Syndrome. Pediatrics Physical Therapy, 13, 18-26. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17053646/
Miranda, A.C.R.L., e Barreto, M.S. (2019). Crianças com síndrome de Down: experiências quotidianas vivenciadas pelas famílias. REPENF – Rev Par Enferm., 2(1), 13-22. http://seer.fafiman.br/index.php/REPEN/article/view/517
Mota, C.G. (2017). Avaliação do impacto de um programa de exercícios físicos para pessoas com síndrome de Down [Dissertação Mestrado em Ciências, Universidade de São Paulo, São Paulo]. https://doi.org/10.11606/D.5.2018.tde-31012018-084833
Neder, J.A., Andreoni, S., Lerario, M.C., e Nery, L.E. (1999). Reference values for lung function tests. II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 32(6), 719-727. https://doi.org/10.1590/S0100-879X1999000600007
Paisani, D., Chiavegato, L., e Faresin, S. (2005). Volumes, capacidades pulmonares e força muscular respiratória no pós-operatório de gastroplastia. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 31(2), 125-132. https://doi.org/10.1590/S1806-37132005000200007
Pelosi, P., Croci, M., Tredici, S., Pedoto, A., Lissoni, A., e Gattinoni, L. (1998). The effects of body mass on lung volumes, respiratory mechanics and gas exchange during general anesthesia. Anesth Analg, 87(3), 654-660. https://doi.org/10.1097/00000539-199809000-00031
Pereira, C.A. (2002). Espirometria. J. Pneumol., 28(supl. 3), 1-82.
Queiroz, J.C.F. (2006). Correlação entre força de preensão palmar e a força da musculatura respiratória em sujeitos obesos e não obesos [Dissertação Mestrado em Educação Física, Universidade Católica de Brasília, Brasília]. https://bdtd.ucb.br:8443/jspui/handle/123456789/1058
Ray, C.S., Sue, D.Y., Bray, G., Hansen, J.E., e Wasserman, K. (1983). Effects of obesity on respiratory function. Am Rev Resr Dis, 128, 501-506. https://doi.org/10.1164/arrd.1983.128.3.501
Rimmer, J.H., Heller, T., Wang, E., e Valerio, I. (2004). Improvements in physical fitness in adults with Down syndrome. Am J Ment Retard, 109, 165–174. https://doi.org/10.1352/0895-8017(2004)109<165:IIPFIA>2.0.CO;2
Rodrigues, J.C., Takahashi, A., e Olmos, F.M.A. (2007). Efeito do índice de massa corpórea na gravidade da asma e na reatividade brônquica induzida pelo exercício em crianças asmáticas com sobrepeso e obesas. Ver. Paul. Pediatr., 25(3), https://doi.org/10.1590/S0103-05822007000300003
Reis, J.G., Araújo, S.A., e Glat, R. (2019). Autopercepção de pessoas com deficiência intelectual sobre deficiência, estigma e preconceito. Revista Educação Especial, 32, 1-16. https://doi.org/10.5902/1984686X33882
Sahebjami, H., e Gartside, P. (1996). Pulmonary function in obese subjects with a normal FVE1/CVF ratio. Chest, 110, 1425-1429. https://doi.org/10.1378/chest.110.6.1425
Scanlan, C., Wilkins, R., e Stoller, J.K. (2002). Fundamentos da Terapia Respiratória de Egan. (2ª edição). Editora Manole.
Souza, R.B. (2002). Pressões respiratórias máximas. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 28(3), 155-165.
Teixeira, V.S.S., Fonsecal, B.C.A., Pereira, D.M., Silva, B.A.K., e Reis, F.A. (2009). Avaliação do efeito da obesidade infantil e a do adolescente sobre as propriedades ventilométricas e força muscular do sistema respiratório. ConScientiae Saúde, 8(1), 35-40. https://doi.org/10.5585/conssaude.v8i1.1495
Direitos de Autor (c) 2021 Lecturas: Educación Física y Deportes
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.