‘Colônias de férias de verão' para pessoas com deficiência: especificidades institucionais e habilidades profissionais

Resumo

Este artigo analisa, a partir de uma etnografia realizada em 2017 em uma colônia de féria de verão para pessoas com deficiência, as particularidades da referida instituição e as perspectivas dos professores de educação física em relação ao seu trabalho. O objetivo é dar conta da especificidade institucional da Colônia; identificar as demandas específicas dos professores quanto à sua formação e analisar se trata de uma especialidade não reconhecida na área de educação física; e descrever as estratégias implantadas para o preenchimento dessa vaga no cotidiano de trabalho. Os professores vêm da área de educação física e têm papel central no planejamento e desenvolvimento de atividades recreativas e de treinamento esportivo. Lá, eles devem exibir não apenas conhecimento e experiência, mas uma disposição empática para com os alunos. Embora a formação de professores seja valorizada na Colônia, a maioria dos professores identifica uma vaga de professores de educação física em formação para o trabalho nessas instituições. A análise se concentra em duas dimensões: rotinas, incidentes e ocasiões sociais que moldam as atividades diárias; e os requisitos identificados pelos professores para realizar essas tarefas. A questão transversal aponta os alicerces para a existência diferenciada de duas instituições -Colônia de Féria de Verão e Colônia de Pessoas com Deficiência- para a realização de práticas esportivas e recreativas.