Morte súbita no esporte de alto rendimento: mídia nacional sob suspeita
Resumo
A morte súbita no esporte é definida como uma parada cardiorrespiratória que ocorre de forma abrupta ou imprevisível durante ou após o esforço físico. A partir de referenciais socioantropológicos sobre corpo e/ou risco, objetiva-se problematizar como o fenômeno da morte súbita no campo do esporte de alto rendimento vem sendo tratado pela mídia nacional brasileira. Em síntese, argumenta-se que a mídia nacional aborda a morte súbita no esporte de alto rendimento pelas seguintes perspectivas: a) evidência do tema a partir do aumento no número e impacto social dos casos, sobretudo no futebol; b) relações entre atletas e praticantes comuns de atividade física; c) valorização dos saberes e práticas técnico-científicas do campo médico e questões jurídicas ou mercadológicas; d) Os riscos (não) assumidos entre processos de culpabilização e questionamentos se os casos estão relacionados à fatalidade ou à negligência.
Referências
Almeida, S.L.A.C., Araújo, F.T., Murta, I.S.M., Carvalho, J.D.S., Gariglio, L.M.M., Paulinelli, M.L.G., e Melo, M.G. (2021). Morte súbita em atletas: causas cardíacas. Brazilian Journal of Health Review, 4(2), 4592-4600. https://doi.org/10.34119/bjhrv4n2-048
Aune, D., Schlesinger, S., Hamer, M., Norat, T., e Riboli, E. (2020). Physical activity and the risk of sudden cardiac death: a systematic review and meta-analysis of prospective studies. BMC Cardiovascular Disorders, 20(1), 318. https://doi.org/10.1186/s12872-020-01531-z
Barbanti, V. (2006). O que é esporte? Revista Brasileira de Atividade Física, e Saúde, 11(1), 54-58. https://doi.org/10.12820/rbafs.v.11n1p54-58
Bardin, L. (2006). Análise de conteúdo. Edições 70.
Betti, M. (2001). Esporte na mídia ou esporte da mídia? Motrivivência, 17, 1-3. https://doi.org/10.5007/%25x
Betti, M., e Mendes, D.S. (2016). Educação Física e esporte: perspectivas com as novas tecnologias de informação e comunicação. Em W.W. Moreira, e V.L. Nista-Piccolo (coord.). Educação Física e esporte no século XXI (pp. 207-234). Papirus Editora.
Bergamaschi, J.P.M., Matsudo, S.M., e Matsudo, V.K.R. (2007). Morte súbita em atletas jovens: causas e condutas. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 15(3), 123-135. http://dx.doi.org/10.18511/rbcm.v15i3.768
Bezerra, H.P.O., e Souza, B.J. (2014). Páginas de uma agenda: o agendamento midiático para a Copa de 2014. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 36(1), 241-255. http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/1494
Briggs, A., e Burke, P. (2016). Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet. Jorge Zahar Editor.
Brum, A., e Capraro, A.M. (2015). Mulheres no jornalismo esportivo: uma “visão além do alcance”? Movimento, 21(4), 959-971. https://doi.org/10.22456/1982-8918.52730
Capraro, A.M., Scheliga, G., Cavicchioli, F., e Mezzadri, F. (2011). A imagem do atleta: publicidade em ano de Copa do Mundo de Futebol (Alemanha - 2006). Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 25(1), 163-171. https://doi.org/10.1590/S1807-55092011000100015
Cavalcanti, E.A., e Capraro, A.M. (2013). A mídia e o ídolo Ronaldo: analisando as matérias da Folha online (2002-2009). Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 35(3), 741-755. https://doi.org/10.1590/S0101-32892013000300015
Elias, N. (2001). A solidão dos moribundos: seguido de envelhecer e morrer. Jorge Zahar Editor.
Elias, N., e Dunning, E. (2019). A busca da excitação: desporto e lazer no processo civilizacional. Edições 70.
Dorenski, S., Lara, L., e Athayde, P. (coord.) (2020). Comunicação e mídia: história, tensões e perspectivas. EDUFRN. https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29070
Ferreira, HJ, Metzner, AC, Ferreira, JS, Cunha, LD, Pinto, AS, Murbach, MA, e Drigo, AJ (2018). Mídia e esporte: representações sobre treinadores em um jornal impresso. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 40(4), 397-403. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.022
Ferreti, M.A.C., Zuzzi, R.P., Viana, A.E.S., e Vilha Junior, F.M. (2011). O futebol feminino nos Jogos Olímpicos de Pequim. Motriz, 17(1), 117-127. https://doi.org/10.5016/1980-6574.2011v17n1p117
Garcia, R.M., Silva, A.C., e Pereira, E.G.B. (2019). Retratações de gênero nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Revista Gênero, 20(1), 194-211. https://doi.org/10.22409/rg.v20i1.38498
Le Breton, D. (2009). Condutas de risco: dos jogos de morte ao jogo de viver. Autores Associados.
Le Breton, D. (2013). Antropologia do corpo e modernidade. Editora Vozes.
Le Breton, D. (2016). La sociologie du corps. PUF Editions.
Lüdorf, S.M.A. (2019). Corpos e Educação Física: por uma educação sociocorporal. Em M. Silva, C. Orlando, e G. Zen (coord.). Didática: abordagens teóricas contemporâneas (pp. 305-329). EDUFBA.
Malysse, S. (n.d.). Antropologia da morte: um fato social fatal. Em S. Malysse (Org.). Opus Corpus: antropologia das aparências corporais. http://www.each.usp.br/opuscorpus/PDF/t11p1.pdf
Manoel, E.J., e Carvalho, Y.M. (2011). Pós-graduação na Educação Física brasileira: a atração (fatal) para a biodinâmica. Educação e Pesquisa, 37(2), 389-406. https://doi.org/10.1590/S1517-97022011000200012
Mauss, M. (2015). Sociologia e antropologia. Editorial Cosac & Naify.
Mendes, D.S., e Pires, G.L. (2009). Desvendando a janela de vidro: relato de uma experiência escolar de Mídia-Educação e Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 30(3), 79-94. http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/252
Mendes, D.S., e Mezzaroba, C. (2012). Como incorporar a mídia/TICs nas aulas de Educação Física: uma análise das proposições veiculadas na Revista Nova Escola. Revista Impulso, 22(54), 59-72. https://doi.org/10.15600/2236-9767/impulso.v22n54p59-72
Mendes, D.S. (2020). Cultura digital e cultura corporal de movimento: apontamentos preliminares sobre o contemporâneo. Em S. Dorenski, L. Lara, e P. Athayde (coord.). Comunicação e mídia: história, tensões e perspectivas (pp. 29-42). EDUFRN. https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29070
Murad, M. (2015). Sociologia e Educação Física: diálogos, linguagens do corpo, esportes. Fundação Getúlio Vargas.
Pedrosa, G.F.S., Nascimento, D.R., Garcia, R.M., e Pereira, E.G.B. (2020). Contornos da produção científica sobre atletas transgêneros na mídia brasileira: uma revisão de literatura. Lecturas: Educación Física y Deportes, 25(265), 96-111. https://doi.org/10.46642/efd.v25i265.2218
Pereira, A.J.P. (2017). A morte como horizonte antropológico. Synesis, 9(2), 1-14. http://seer.ucp.br/seer/index.php/synesis/article/view/1376
Pires, G.L., Lazzarotti Filho, A., e Lisbôa, M.M. (2012). Educação Física, mídia e tecnologias: incursões, pesquisa e perspectiva. Kinesis, 30(1), 55-79. http://dx.doi.org/10.5902/010283085723
Pires, G.L. (2001). As relações entre esporte e mídia na formação profissional em Educação Física. Iniciação Científica – CESUMAR, 3(1), 47-52. https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/iccesumar/article/view/37
Poffo, BN, Velasco, AP, Kugler, AG, Furtado, S., Santos, SM, Fermino, AL, e Souza, DL (2017). Mídia e Jogos Paralímpicos no Brasil: investigando estigmas na cobertura jornalística da Folha de S. Paulo. Movimento, 23(4), 1353-1366. https://doi.org/10.22456/1982-8918.67945
Rodrigues, J.C. (2017). Tabu da morte. Editora Fiocruz.
Santos, D.S. (2020). Natação e questões étnico-raciais: representações midiáticas. Movimento, 26, e26044. https://doi.org/10.22456/1982-8918.94376
Silva, A.C., e Silva, G.M. (2018). O outro lado do esporte: um homem entre gigantes e o papel da Educação Física. Lecturas: Educación Física y Deportes, 23(247). https://www.efdeportes.com/efdeportes/index.php/EFDeportes/article/view/521
Silva, P.R.P., Ribeiro, C.H.V., e DaCosta, L.P. (2013). A cobertura esportiva dos Jogos Olímpicos de Londres 2012: a tematização do “doping” no portal de notícias G1. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 27(3), 437-446. https://doi.org/10.1590/S1807-55092013005000019
Silva, RNB, Talamoni, GA, Tavares Junior, AC, Cressoni, FEG, Tebaldi, M., Pajanian, F., Oliveira, AL, e Drigo, AJ (2014). Futebol e a construção da imagem de treinadores pela mídia: um estudo a partir das notícias de um site de grande visitação na web. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 36(3), 648-655. https://doi.org/10.1590/2179-325520143630008
Tubino, M.J.G. (2017). O que é esporte. Editora Brasiliense.
Turato, E.R. (2011). Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas. Editora Vozes.
Vaz, A.F. (2020). Pesquisar esportes em humanidades: abordagens, temas, possíveis ideias. Revista do PPGCS – UFRB – Novos Olhares Sociais, 3(1), 111-126. https://www3.ufrb.edu.br/ojs/index.php/novosolharessociais/article/view/502
Vosgerau, D.S.A.R., e Romanowski, J.P. (2014). Estudos de revisão: implicações conceituais e metodológicas. Diálogo Educacional, 14(41), 165-189. http://dx.doi.org/10.7213/dialogo.educ.14.041.DS08
Wasfy, M.M., Hutter, A.M., e Weiner, R.B. (2016). Sudden cardiac death in athletes. Methodist DeBakey Cardiovascular Journal, 12(2), 76-80. https://doi.org/10.14797/mdcj-12-2-76
Wood, D. (2021). Fifty years of women’s football in Placar: from disallowed goals to winning at home? Movimento, 27, e27002. https://doi.org/10.22456/1982-8918.109870
Biografia Autor
http://lattes.cnpq.br/0220960603229593
Direitos de Autor (c) 2022 Lecturas: Educación Física y Deportes
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
