Estratégias do COI visando a participação de mulheres no Movimento Olímpico (1953 a 2013)
Resumo
A participação de atletas mulheres nos Jogos Olímpicos (JJ.OO.) da era moderna ocorre desde a segunda edição, em 1900. Após esse evento, houve um ingresso gradual de mulheres nas competições dos JJ.OO. de Verão, alcançando-se a igualdade de gênero nas cotas de vagas somente na edição de 2024. Por outro lado, a participação de mulheres em cargos diretivos no Comitê Olímpico Internacional (COI) não ocorreu com a mesma rapidez, uma vez que não havia mulheres no COI em 1900 e, em 2024, o percentual é de 33,3%. Diante de tais informações, o estudo objetiva elucidar as ações direcionadas à participação de mulheres nos JJ.OO. e nas estruturas decisórias do COI, no período de 1953 a 2013, por meio de atas da entidade. Evidenciou-se que, até a década de 1950, mesmo havendo certa preocupação com a participação das mulheres nos JJ.OO., esta ainda era embrionária. Além disso, não se observou a presença de mulheres nas estruturas decisórias do Movimento Olímpico até o final dos anos de 1960. Apenas na década seguinte, em 1970, emergiram as primeiras estratégias organizacionais de impacto significativo, destacando-se a permissão para o ingresso de mulheres como membros do COI. Mesmo assim, as primeiras eleitas foram somente na década seguinte, em 1981. Desde então, o Movimento Olímpico tem se esforçado para promover maior participação das mulheres no esporte, assumindo a responsabilidade pela implementação de estratégias de integração das mulheres nos JJ.OO., embora, em relação à ocupação de posições nas estruturas decisórias, a presença delas ainda seja incipiente.
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