v. 26 n. 278 (2021)

Transposas y excluidas

Transpaceiras e excluídas
Muitas das organizações desportivas, seguindo a mais destacada, o Comitê Olímpico Internacional (COI), consideram que existem apenas duas categorias de seres humanos, homem-mulher e que competem no ramo masculino ou feminino. Por sua vez, o relatório da ONU sobre a proteção contra a violência e a discriminação com base na orientação sexual ou identidade de gênero reconhece que existem pelo menos cinco tipos de identidade de gênero: lésbica, gay, bissexual, transgênero e intersex. O gênero de uma pessoa pode ser diferente daquele com o qual ela nasceu.
Poucos dias antes do início dos Jogos da moderna XXXII Olimpíada, o COI nega o direito das pessoas trans de competir com seu capital corporal genuíno. Entenda que a ambigüidade sexual deve ser corrigida para perpetuar o sistema binário no cenário esportivo. Alguns nanomoles do hormônio testosterona no sangue determinam o acesso ou exclusão e, portanto, aquele atleta que deseja competir dentro do fair play, deve passar por uma purga de seu conteúdo hormonal se não quiser ser rotulado de trapaceiro ou injusto.
Essas ideias contornam as leis que reconhecem a diversidade, que foram promulgadas nos últimos anos em muitos países. E assim, o esporte, suposto defensor da saúde e da inclusão, com suas práticas e valores oitocentistas, inclusive o binário de gênero, está fechando o direito de uma parte do coletivo LGBTI+ se desenvolver, se expressar e escolher livremente de acordo com sua identidade. do gênero. É um indicador de que o esporte do futuro terá que pensar em novas formas de exibição que reflitam de forma mais justa a pluralidade da corporalidade humana. Talvez o mais razoável seja abolir as competições segregadas.
Tulio Guterman, Diretor - Julho de 2021

Videos Abstracts: acesso à página de vídeos abstratos desta edição

Publicado: 2021-07-13

 

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